A HISTÓRIA DO MET GALA E O QUE ESPERAR DO EVENTO EM 2021
- Isabelle Oliveira
- 1 de set. de 2021
- 5 min de leitura
Um dos eventos mais importantes da moda volta acontecer na cidade de Nova York, depois de seu cancelamento em 2020 por conta da Pandemia da Covid-19.
Isabelle Oliveira

O Metropolitan Museum of Art Costume Institute Benefit (“Evento Beneficente do Instituto de Vestuário do Museu de Arte Metropolitan” ) também conhecido como Met Gala, é um dos eventos mais importantes no calendário da moda, com uma lista de convidados bastante ilustre e exclusiva. O evento reúne grandes nomes das mais diversas áreas, como música, cinema e moda. Seu grande atrativo é exatamente essa exclusividade, assim como a privacidade, já que celulares não são permitidos na parte interna do evento, essa regra nem sempre é seguida, mas pouco é vazado do que acontece no interior do evento.
Apesar de ser bastante privado, o tapete vermelho é provavelmente o ponto alto do evento, o Met Gala permite a ousadia, apresentando looks que não são vistos normalmente em outros tapetes vermelhos, assim as celebridades saem de suas zonas de conforto e brincam com a moda.
Origem e História
Há 25 anos o Met Gala acontece anualmente na primeira segunda-feira do mês de maio, sempre no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque. Foi criado em 1948 com o objetivo de arrecadar fundos para o Costume Institute, departamento do museu Metropolitan dedicada à moda, a data em que acontece o evento marca também a abertura da exposição do Costume Institute(instituto do vestiário, em tradução livre), os temas que permitem looks tão ousados são também os temas das exposições. Todos os anos é feita uma homenagem a algum estilista, alguma técnica, cultura e mudanças na sociedade que possam ter impactado diretamente a moda. A proposta é que os convidados se vistam de acordo com o tema da exposição, o que cria um dos tapetes vermelhos mais interessantes de se acompanhar.
O evento é organizado há 25 anos pela editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour. A criadora do baile, no entanto, foi Eleanor Lambert, também fundadora da New York Fashion Week, mas foi Diana Vreeland, consultora do evento, que o transformou em algo mais voltado para celebridades e também iniciou a criação de temas anuais, assim como o nome que o baile carrega hoje.
O que podemos esperar do evento em 2021
Como dito, o Met Gala, ou também conhecido como Met Ball (baile do met), acontece há 25 anos na primeira segunda-feira de maio, mas com a pandemia o evento não ocorreu em 2020, assim como não pôde ocorrer em maio de 2021. Com o avanço da vacinação e melhorias na escalada da Covid-19 nos Estados Unidos, o baile volta a acontecer, mas agora em setembro, 18, e em menor escala, também já está prevista uma nova exibição em maio de 2022.
O tema do evento em 2021 será In America: A Lexicon of Fashion, ou seja, o estilo e a moda americano, se referindo apenas ao estilo norte-americano e não ao continente como um todo. Andrew Bolton, curador do Instituto de Figurinos do Met falou sobre a escolha do tema para a Vogue norte-americana: “Queríamos muito conscientemente que essa fosse uma celebração da moda americana, cuja comunidade sofreu muito durante a pandemia”, ele ainda fala sobre a ascensão de novos talentos na moda norte-americana."Acredito que a moda americana esteja atravessando um período de renascimento, com jovens designers na vanguarda de discussões sobre diversidade, inclusão, sustentabilidade e consciência criativa. Acho tudo incrivelmente excitante".
Mas o que significa essa celebração ao estilo norte-americano e o que podemos esperar no tapete vermelho? Bom, é difícil definir o que exatamente seria um “estilo americano”, mas é possível se ter uma ideia: uma celebração a grandes nomes da moda norte-americana, assim como a novos talentos, como o próprio Andrew Bolton disse, existem novos estilistas surgindo com ousadia e inovação, podemos citar nomes como Christopher John Rogers, que se tornou queridinho de celebridades como Zendaya e até a ex- primeira dama dos Estados Unidos Michelle Obama, Kerby Jean-Raymond, estilista por trás de umas das grifes mais interessantes e politizadas atualmente, a Pyer Moss. Provavelmente veremos jovens celebridades celebrando jovens estilistas, assim como muita alusão a peças que já se tornaram icônicas há muito tempo, como figurinos de grandes filmes, ou usados por grandes artistas. Há grandes chances de vermos algo que faça alusão a ícones como Michael Jackson, Madonna, Cher, ou até mesmo Elvis. Claro que também teremos muitos estilistas que já são clássicos. É uma proposta que pode dar muito certo, mas talvez seja menos ousada que as anteriores.
Uma novidade interessante no evento e que vem causando certa comoção na internet é a lista de convidados, como foi falado, o evento é bastante exclusivo, mas nos últimos anos foi possível observar certas tentativas de modernizá-los e aproximá-lo de um público mais jovem e mais conectado através das redes sociais. Nesta edição Anna Wintour decidiu abraçar os ‘tiktokers’, muitos no mundo da moda estão torcendo o nariz para tais escolhas, mas sem dúvida o objetivo é atingir públicos mais jovens e garantir que o evento seja falado em todas as plataformas, é inegável a grandeza do TikTok hoje em dia. Então são esperados convidados como a ‘tiktoker’ Addison Rae, com mais de 80 milhões de seguidores no aplicativo. Além de celebridades da internet, o apelo jovem se vê nos anfitriões da festa, a lista de convidados é basicamente um segredo até o último momento, pouco vaza e algumas especulações são feitas, mas os anfitriões são adiantados, todos os anos algumas celebridades são colocadas como os rostos do evento, como foi com Rihanna, Lady Gaga, Katy Perry, Harry Styles, entre outros. Este ano os nomes são bem mais jovens, Timothée Chalamet (de 25 anos), Billie Eilish (de 19), Amanda Gorman (de 23) e Naomi Osaka (de 23).
Timothée Chalamet é um conhecido ator, famoso por interpretar Elio no filme Call Me by Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome), faz grande sucesso entre o público mais jovem não só pelo seu talento nas telas, mas também por sua ousadia na moda, o ator sabe sair no comum terno preto que os homens costumam levar até os tapetes vermelhos, o que faz dele também um nome marcante na moda masculina. Já a cantora Billie Eilish é sem dúvida um fenômeno, com pouca idade ela já coleciona sucessos na música, alcança grandes marcas e quebrando recordes, e é claro que na moda ela não fica para trás, Billie marca presença com seu cabelo em cores extravagantes, como o famoso verde que se tornou sua marca registrada por um bom tempo, nos looks ela aposta em peças largas de grifes clássicas, fazendo um contraste interessante entre a juventude e casas de moda antigas, como a Chanel.
Amanda Gorman é uma jovem poetisa, convidada para recitar na posse de Biden ela ganhou as redes sociais, não só com seu belo poema, mas também com sua escolha de roupa para o evento, um belo casaco amarelo contrastando com um acessório de cabelo vermelho, a jovem é também uma ativista pelas causas raciais e femininas. Para finalizar temos Naomi Osaka que se tornou um sucesso ao derrotar a lenda do tênis Serena Williams na final do US Open de 2018 levando o troféu para casa, ela foi a primeira japonesa a ganhar Grand Slam de tênis, e acendeu a pira olímpica dos jogos de Tóquio 2020. Além de todos os feitos profissionais, a tenista é também ativista em causas raciais e de saúde mental.
Com seus convidados sendo não apenas ícones na moda, mas também grandes nomes de suas áreas e ativos em causas sociais, Anna Wintour parece se mostrar atualizada no que importa para o público mais jovem, e depois de um período difícil para o mundo todo, com certeza no dia 18 de setembro devemos assistir a um tapete vermelho com grandes nomes que estarão muito felizes com a volta do evento que paralisa a cidade de Nova York e anima os amantes da moda.
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