A VIDA E MORTE DA MAIOR CANTORA DO ROCK AND ROLL, JANIS JOPLIN
- Maria Fernanda
- 20 de abr. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 27 de abr. de 2021
Como a rainha do Rock ganhou esse título e se tornou a maior cantora dos anos 60
Maria Fernanda

Janis Lyn Joplin, mais conhecida como Janis Joplin, nasceu em Port Arthur, Texas, no dia 19 de janeiro de 1943. Janis Joplin foi uma cantora e compositora norte-americana, embora a maioria de seus sucessos não fossem de sua autoria, pois ela preferia cantar músicas com a autoria de outras pessoas, que ela escolhia, porque identificava sua dor nelas. Janis Lyn Joplin é considerada a maior cantora de rock dos anos 60.
Vida e carreira
Janis Joplin tinha como sua inspiração para música grandes nomes do jazz e do blues, como Billie Holiday, Etta James, Tina Turner, dentre outros, o que era considerado uma rebeldia de sua parte, pois tinha que ouvir esses artistas escondida, principalmente de seus pais, devido ao período de segregação racial que o Texas enfrentou durante um longo tempo. Sendo filha de pais religiosos, seu primeiro contato com a música foi quando passou a cantar no coro da igreja, devido sua família. Janis Joplin teve uma vida complicada, apesar de seu sucesso. Durante a escola e o período que passou na universidade, Janis sofria bullying por causa de seu corpo e estética, o que a fez desenvolver bulimia e depressão, levando a lendária voz do rock a usar drogas e exagerar demais no álcool. Em uma biografia feita por Holly George-Warren, “Janis Joplin – Sua Vida, Sua Música”, a biógrafa menciona o medo de palco que Joplin tinha, na biografia diz: “Usava o álcool para vencer seu terror do palco e relaxar enquanto performava. E depois utilizava a heroína como agente entorpecedor, para não sentir o estresse e a ansiedade e para dispersar toda a adrenalina que havia gerado durante o show”.
No livro, Holly George-Warren também afirma que Janis Joplin sempre buscou o reconhecimento de seus pais e daqueles que haviam causado tanto mal a ela, mas não obteve o que queria, mesmo após o seu grande sucesso. A cantora tinha um afeto maior por seu pai, mas infelizmente se rompeu quando notou que ele preferia filho homem, e sua mãe chegou a dizer que Janis a envergonhava. Mas foi com sua rebeldia, sua independência, sua voz poderosa e diversas outras características, que fez Janis se tornar a primeira estrela feminina do rock e a maior cantora de blues e soul de sua geração, fazendo seus fãs, e até mesmo ela, se emocionarem com a quantidade de sentimento que a rainha do rock colocava em sua voz quando cantava.
Janis começou a cantar blues e folk com seus amigos em 1960, quando entrou para a Universidade do Texas, para estudar Artes Visuais. Em 1963 ela foi para São Francisco, onde trabalhou como cantora folk, nessa mesma época Janis já tinha envolvimento com álcool e drogas, mas também passou a fazer o uso de heroína, o que acabou com sua saúde. Infelizmente seu vício passou a ser mais importante do que sua carreira, do que cantar. Então decidiu tentar se tratar de seu vício no Texas, e em 1966 voltou para São Francisco onde começou a fazer parte de uma banda hippie chamada Big Brother & Holding Company, na qual era vocalista. Foi em uma apresentação no Festival Pop de Monterey que a banda passou a fazer sucesso. O álbum de maior sucesso da banda foi “Cheap Thrills”, seu segundo álbum, em 1968. Nele havia a música que atingiu o primeiro lugar nas paradas da Billboard, “Piece of My Heart”.
A norte-americana saiu da Big Brother & Holding Company e formou a Kozmic Blues Band, receberam o disco de ouro com seu álbum “I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!”. Após sair Kozmic Blues Band, Janis formou outra banda, a Full Tilt Boogie Band e gravou o álbum “Pearl”, mas infelizmente antes de ser lançado a cantora acabou morrendo de overdose. O álbum foi lançado alguns meses depois do falecimento da cantora.
Janis Joplin no Brasil
Em fevereiro de 1970, durante a ditadura militar, época do carnaval, Janis Joplin viajou para o Brasil para tentar se manter longe de seu vício que era a heroína. A cantora chegou com tudo ao país, fazendo topless em Copacabana, nadou nua na piscina do Hotel Copacabana Palace, no qual chegou a ser expulsa. Após todas essas, e outras, “aventuras”, Joplin seguiu para a Bahia junto com David George Niehaus, um americano que ela havia conhecido em uma praia no litoral brasileiro, um de seus muitos relacionamentos, afim de conhecer a aldeia hippie Arembepe, próximo a Salvador. Seu relacionamento veio a acabar quando o americano flagrou Janis com sua ex-namorada, Cassandra, que infelizmente era um caminho errado direto para as drogas e para o mais poderoso vício de Janis, a heroína. Portanto, Joplin acabou mais um relacionamento, e depois de desenvolver uma depressão profunda decidiu não ceder mais para seus graves problemas com as drogas e a heroína. Então ela passou a cuidar mais de sua saúde com acompanhamento de especialistas e ficou apenas com o consumo de cigarros e bebendo casualmente, tudo de forma moderada, por volta de cinco meses.
A morte da grande voz feminina do rock
A recaída de Janis Joplin veio em uma viagem para Los Angeles, Califórnia, onde faria gravações do álbum “Pearl”, no dia 4 de outubro de 1970. Janis Joplin foi encontrada morta por seu empresário, John Cooke, no quarto do hotel onde estava hospedada, ele achou estranho ela não ter comparecido às gravações no estúdio. A rainha do rock tinha consumido muita bebida alcoólica e injetado altas doses de heroína em sua corrente sanguínea. Seu corpo foi cremado e suas cinzas foram espalhadas no Oceano Pacífico durante a cerimônia.
Janis Joplin morreu de overdose quando tinha apenas 27 anos, entrando para o livro biográfico “Amy e o clube dos 27”, do autor Howard Sounes, junto com outros grandes nomes de artistas que morreram aos 27 anos, como Kurt Cobain, Jimi Hendrix, Brian Jones e Amy Winehouse. Janis teve uma vida muito curta, mas foi o suficiente para deixar um belo legado ao mundo do rock, com músicas cantadas por sua incrível voz, “Me and Bobby McGee”, “Mercedes Benz”, do álbum Pearl; “What Good Can Drinkin' Do”, “Kansas City Blues”, canções da própria Janis Joplin. Em seu testamento, Janis Joplin deixou US$ 2.500,00 para que dessem uma festa em seu funeral. Um pedido um tanto quanto estranho e diferente, não é mesmo? Porém, sempre lendária.
Comments