AS FORMATURAS NO PERÍODO DA PANDEMIA: COMO ESTÃO OS “NOSSOS” ALUNOS?
- Kayque Soares
- 30 de abr. de 2021
- 4 min de leitura

Por Kayque Soares
Já estamos nos aproximando de quase 1 ano e meio de pandemia, como podemos ver em praticamente todos os veículos de comunicação a vida no nosso querido planeta azul não está sendo muito fácil, principalmente para nós brasileiros, com uma média diária de morte acima dos 3 mil óbitos, Lockdown em vários estados, falta de emprego e outros problemas, está realmente complicado a vida do brasileiro nos últimos meses.
Nós do ID Universitário vamos abordar, obviamente tomando suas medidas proporcionais, um outro problema que vem atormentando a vida de muitas pessoas, principalmente as dos estudantes, que estão finalizando seus estudos dentro do período de pandemia. Com isso buscamos conhecer alguns estudantes que estão vivendo essa situação, para que possam nos mostrar como está sendo esse período conturbado para eles, quais são as soluções que os alunos e o corpo docente estão tomando para contornar tal situação, e também quais são as maiores dificuldades/problemas que vêm sendo enfrentados durante esse tempo.
Nossa primeira entrevistada foi com a simpática Jessica Arinciotta Holanda de Freitas de 22 anos. Jéssica já está a 3 anos e meio estudando enfermagem, atualmente no 7° semestre de sua formação, se forma no final deste ano de 2021. Faltando tão pouco para o fim de sua jornada, perguntamos a ela como estão suas expectativas para essa reta final.
“Minha expectativa é me formar com todo o conhecimento que eu puder absorver mesmo estando nesses tempos difíceis de aulas a distância, e que eu consiga me tornar uma profissional tão boa quanto se eu estivesse tendo aulas presenciais. A essa altura do campeonato eu nem estou com muitas expectativas para formatura, só o fato de eu pegar meu diploma já vai ser uma grande realização para mim.”
Perguntamos também, como está o seu psicológico a cargo de toda responsabilidade e perigos que sua futura formação vai impor sobre ela, e como ela está lidando com tudo isso.
"Eu estou lidando bem, porque tenho plena consciência da profissão que escolhi, meu objetivo sempre foi ajudar os outros, estar lá para amparar as pessoas que precisam de um acalento, e cuidar como se fosse algum familiar meu ali. Estar infectado com o coronavírus já é desesperador o suficiente para o paciente, então a minha intenção é tornar esse momento o menos sofrido possível para ele, mostrar que por mais que ele esteja isolado de todas as pessoas que ele ama, ele não está sozinho, eu vou estar lá pra segurar a mão dele.
Medo de pegar esse vírus eu tenho, até de ir no mercado, então se for para eu pegar, que seja fazendo o bem, fazendo o que eu escolhi fazer pelo resto da minha vida."
E dando continuidade a nossa entrevista, encontramos a estudante de Marketing de 34 anos, Saroye Guerra Bernardes. Saroye se encontra no último semestre da sua faculdade com previsão de conclusão para o meio deste de ano de 2021, e com sua jornada chegando ao fim a poucos meses perguntamos como estão suas expectativas a respeito do término do seu curso no meio de uma das piores fases da pandemia.
"Minhas expectativas são bem baixas, quase nulas, pois nem mesmo formatura eu irei ter. Será apenas uma reunião online entre nós alunos e a direção, e alguns professores para a ‘entrega’ dos diplomas. Isso desmotiva demais a gente, mesmo sabendo que não é culpa de ninguém em específico é algo bem chato de se passar.” Saroye continua...
“Com certeza uma das coisas que mais desagradou foi o aprendizado, pois no modelo de aula online, as dificuldades são mil vezes maiores, os professores não conseguem sanar as dúvidas adequadamente e acompanhar passo a passo dos alunos que possuem algum tipo de dificuldade em específico. E devo admitir, que já passei em provas pelo fácil acesso das ‘colas’. E futuramente só me vejo re-fazendo esse curso presencial, assim que possível.”
E para fechar nossa rodada de entrevistas conversamos com a jovem de 20 anos, Tawany Fátima de Lino Santos que está atualmente cursando o 8° semestre de psicologia. Ela nos dá uma opinião mais complexa da situação, segundo sua visão.
"Para mim a maior adversidade enfrentada tem sido a adaptação a uma nova forma de estudos já no fim do curso, ao ingressar na universidade escolhi a modalidade presencial pois não me identificava com o ensino a distância e sabia que aproveitaria melhor as aulas presenciais, mas já na reta final me vi obrigada a aderir e me adaptar ao modelo tão evitado desde o início, tem sido um desafio manter o foco com tantas distrações que o ambiente não favorável nos trás, além dos desafios com a própria conexão da aula e a limitação de autoridade dos professores que claramente enfrentam dificuldade de manter a ordem e a atenção na plataforma de ensino. Ao que tudo indica, a formatura também será de forma remota, o que me trás profundo lamento, pois é um momento especial, tão aguardado ao longo de 5 anos, a conclusão de uma grande etapa e o reconhecimento de tantos esforços, é uma pena não podermos comemorar com nossos familiares uma conquista tão especial que em muitas famílias é inédita.”
São 3 pessoas, três visões diferentes. É impressionante como um único problema, pode repercutir de formas tão distintas nas pessoas e, é isso que nós do Jornal IdUniversitário gostaríamos de mostrar aos nossos leitores. Sabemos bem que são tempos bem difíceis, mas o que realmente importa é a forma no qual lidamos com nossos problemas, se vamos sucumbir a eles, ou vamos vencer. Depende de nós mesmos.
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