Casamento, cachorros e histórias.
- Diego Moreira
- 16 de jan. de 2021
- 2 min de leitura

Imagem: Joe Angeli
Com dois meses de casamento, geralmente não sabemos muita coisa...na verdade quase nada.
Num dia chuvoso surgiu no portão um cachorrinho vira latas, todo esfarrapado...sujo, fedido, com fome, medo e um olhar inconfundível. Pretinho com uma gravatinha branca, pelos densos espetados para cima, longe de qualquer padrão estético canino.
Enquanto eu passava com o carro pelo portão da garagem, sorrateiramente ele entrou e se abrigou nas pernas da Evelize. Se escondendo da chuva e de um monte de cães que estavam soltos pela rua, provavelmente atrás de alguma cadelinha no cio. Sempre gostamos de animais, quando casamos já tínhamos o Fred e a Rosa, e não estava em nossos planos adotar cachorro algum.
Mas, quando se tem apenas dois meses de casamento, ainda se acredita em algumas coisas.
Eu estava irredutível. Não iríamos ficar com ele. Ele era feio, passaria doença para os outros e provavelmente já tinha dono.
A Evelize delicadamente foi me falando do cachorro...tadinho, está com fome, deve ter apanhado na rua...ele ainda é um filhotinho. Olha a carinha dele de assustado...
E o derradeiro argumento dela:
- Diego. Ficamos apenas um período, cuidamos um pouco e doamos para uma família com criança. Tento doar para os meus alunos.
Me comoveu e aceitei a argumentação. Pronto, entrou.
Peguei ele no colo, olho no olho, disse para ele que eu era o macho alfa da casa, e que aquele olhar do tipo comovente teria prazo de validade. Pra ele já começar a se preparar para ir embora.
Seguimos todo o ritual...banho, veterinário, remédios e carinho.
Próxima etapa seria definir o nome. O Obama acabara de ser eleito presidente dos E.U.A. e para mim foi a deixa. Batizei de Obama. O nome durou 3 dias...
Ele nunca teve pinta de presidente...não era nada diplomático, não tinha nenhum jeito de estadista. Depois de três dias de muita arte, bagunça e trapalhadas decidimos mudar o nome dele. Rebatizamos de Chicó.
Sim. O Chicó tinha chegado para uma estadia de 2 semanas - no máximo - e já está com a família há 12 anos. Ele escolheu a Evelize para ser dona dele, por razões óbvias...rs. É a sombra dela dentro de casa, fica com ela o tempo todo, tem umas manias engraçadas, é apaixonado pelas meninas, sempre cuidou delas desde o nascimento.
O Chicó já teve várias fases... a fase “gato de botas” a fase “cão de briga”... A fase “dom juan” incrivelmente a que mais dura... e agora está numa fase “nutella”.
Qualquer hora escrevo sobre as fases e peripécias do Chicó.
Não temos a data de nascimento dele, mas consideramos o mês de janeiro. Amamos o Chicó, apesar de tudo. rs
Chicó segue ganhando espaço no mundo... Amo!
Parabéns Diego, terei imenso prazer em acompanhar as novas crônicas e reler as antigas. O céu é o limite!