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Lady Gaga: mudando o mundo uma lantejoula por vez

  • Foto do escritor: Marcus Sousa
    Marcus Sousa
  • 16 de jun. de 2021
  • 6 min de leitura


Por Marcus Sousa


Nova York, 28 de março de 1986. Na manhã daquela sexta feira, chegava ao mundo uma das principais artistas da atualidade. Lady Gaga traz consigo uma história de força e perseverança, seu trabalho é marcado pela criatividade e habilidade de se reinventar e a relação com seus fãs, os Little Monsters, é uma das mais belas da cultura pop.


Neste mês, o álbum Born This Way completou 10 anos de lançamento e em celebração à obra mais importante de sua carreira, vamos relembrar a trajetória da estrela pop.

The Fame (2008)


Apenas dance, vai ficar tudo bem!


Um globo de espelho, cabelo platinado e raio azul no olho direito: foi assim que o mundo a conheceu. Cantando sobre festas, garotos (e garotas) e a vontade de transformar o mundo em uma grande balada, não havia quem não a reconhecesse durante a época do seu álbum de estreia.


Com os hits Just Dance e Poker Face, o material aborda o lado mais glamouroso da fama, as riquezas e os prazeres da juventude de forma literal e até mesmo crítica, como a canção Paper Gangsta em que Lady Gaga revela como sua antiga gravadora a tratava como uma máquina de fazer dinheiro.


Seu álbum de estreia segue como um dos mais bem sucedidos da história da música, lhe rendeu dois prêmios Grammy e cravou seu nome na indústria da música.

The Fame Monster (2009)


Tem um monstro na minha cama


O sucesso da estreia da Mother Monster na cultura pop foi tamanho que foi preciso relançar seu primeiro álbum. Com 8 novas faixas, seu segundo trabalho continua a abordar a fama, mas desta vez foca o seu lado sombrio.


Se no CD anterior a faixa Paparazzi já apontava os limites que a indústria do entretenimento ultrapassa para explorar as celebridades, Gaga vai além neste trabalho ao abordar um medo diferente em cada canção, entre eles, o medo do amor em Bad Romance, o medo da morte em Speechless, o medo da solidão em Dance in the Dark e o medo da sufocação em Telephone, a querida parceria com Beyoncé.


Se tais angústias são suficientes para desestabilizar qualquer um, essas aflições se tornam ainda maiores quando se está diante do olhar crítico de todo o planeta.


Seu trabalho nesta era gerou a turnê Monster Ball que contou com 271 shows ao redor do mundo e também lhe rendeu mais três prêmios Grammy.

Born This Way (2011


Siga aquele unicórnio na estrada do amor


O projeto mais destemido de Gaga é uma viagem de autoconhecimento e aceitação. As 17 faixas do material, ao mesmo tempo em que destoam sonoramente umas das outras, se conectam entre si através de um único elemento: o eu.


O álbum é uma carta de amor aos fãs, em destaque aqueles que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Nele, a artista retrata os desafios da adolescência de forma bastante pessoal e nos permite a ouvir cantar em Marry the Night sobre os desafios que precisou enfrentar para se tornar a estrela de hoje, as discussões com seus pais que não a permitiam ser ela mesma em Hair, e obviamente, a sexualidade nas canções Born this Way e Americano.


Não é surpresa para ninguém que a estrela sempre atrelou seu trabalho ao público LGBTQIA+. Em diversas ocasiões, Gaga chegou a dedicar os prêmios que vencia “à Deus e aos gays”, provocando a ira de conservadores que temem acreditar que as duas coisas são distintas.


O disco que faz referências à grandes ícones como Madonna, Queen, Michael Jackson, Whitney Houston, permanece como um dos mais queridos entre os fãs e contou com uma série de apresentações ao redor mundo, incluindo à primeira vinda da popstar ao Brasil com a turnê Born this Way Ball em 2012 em que fez shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

ARTPOP (2013)


Nós podemos pertencer um ao outro


O trabalho que mais divide opiniões até hoje é pauta de discussão entre aqueles que acham que a musicista estava tentando demais na época e aqueles que acreditam que o mundo simplesmente ainda não estava preparado para sua grandiosidade.


ARTPOP é um projeto audacioso e se mantém como o queridinho de muitos fãs, visto que a expectativa para seu lançamento vinha sendo alimentada desde meados de 2012, quando Lady Gaga tatuou o nome do álbum em seu braço esquerdo.


O material é feito de músicas eletrônicas como G.U.Y, Jewels and Drugs e Applause e é cheio de cor. Segundo a cantora, ela o escreveu pois queria “criar algo cheio de alegria, uma celebração, algo que pegasse toda a minha bagunça e toda minha dor e transformasse na mais linda esquizofrênica e psicodélica dança”.


E vemos que seu desejo foi realizado: a era contou projetos grandiosos e belas parcerias tais como o escultor americano Jeff Koons que foi responsável por fazer a estátua presente na capa do álbum.


Apesar de ser um momento de diversas dificuldades para Gaga e sua equipe, incluindo o abandono da ideia de um app para celulares que permitiria maior interação com o universo de ARTPOP, a demissão de seu até então empresário Troy Carter e até mesmo o cancelamento de uma apresentação no espaço sideral, esta era de Gaga permanece no imaginário da cultura pop até hoje.

Cheek To Cheek (2014)


Céu, eu estou no céu


Unindo forças ao titã da música Tony Bennett, Lady Gaga deixou claro que consegue dominar qualquer gênero musical. A compositora que canta jazz desde os 13 anos de idade se sentiu em casa na hora de realizar o projeto.


Após viver um dos momentos mais atribulados de sua carreira, a artista se viu próxima de desistir da música. O que impediu isso de acontecer foi seu parceiro Tony com o qual já havia trabalhado em 2011 com a faixa The Lady is a Tramp.


O projeto conta com regravações de clássicos do jazz tais como Anything Goes e I Won’t Give You Anything But Love e serviu para reacender a vontade da cantora em fazer música. Além de conquistar uma estatueta Grammy, a parceria ampliou sua voz e a fez atingir um novo público.

Joanne (2016)


Eu só preciso de uma boa razão para ficar


Após estar sob o olhar do planeta inteiro com roupas extravagantes e canções dançantes, Stefani (seu verdadeiro nome) optou por diminuir a dimensão das coisas e trabalhar em algo mais pessoal: sua família.


O nome do álbum faz referência à sua falecida tia, vítima de lúpus e que, de acordo com Gaga, sempre esteve próxima a ela a ponto da mesma sentir que era sua reencarnação. O título também faz alusão a si mesma, pois é o seu segundo nome.


Na faixa título, a estrela questiona para onde a tia está indo e afirma que o céu ainda não está pronto para recebê-la. O álbum é uma tentativa de curar as cicatrizes de sua família e em especial seu pai que teve de lidar com a morte da irmã.


Além disso, o projeto conta com canções mais íntimas como Grigio Girls, dedicada à amiga Sonja que perdeu a batalha para o câncer.


O sucesso da era conquistou uma estatueta Grammy, ocasionou a apresentação no Super Bowl 2017 e contou com a turnê Joanne que traria a estrela ao Rock in Rio no mesmo ano, caso sua saúde não estivesse debilitada na época.


A Star Is Born (2018)


Estamos longe do superficial agora


Se Gaga já havia engatinhando no cinema com papéis curtos como os de Machette Kills (2012) e Sin City 2 (2014) e na televisão como uma condessa assassina e uma bruxa em diferentes temporadas de American Horror Story (2015 e 2016), com Nasce Uma Estrela a atriz mostrou que também se destaca como protagonista nas telonas.


O remake foi extremamente bem recebido pelo público e pela crítica especializada e transformou a cantora na primeira pessoa a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Canção Original em um mesmo ano.


A mamãe monstro venceu a última categoria e levou para casa a estatueta por Shallow, canção-tema do filme que recebeu também a benção de Barbra Streisand, protagonista da versão de 1976. Não sendo suficiente, o projeto também venceu quatro categorias Grammy.

No cinema, o projeto futuro é House of Gucci, filme inspirado na família de Maurizio Gucci, empresário italiano morto por sua esposa em 1995. No longa, Gaga irá interpretar Patrizia Reggiani, a assassina em questão, e vai atuar com Adam Driver e Al Pacino.


Chromatica (2020)


Esta é a pista de dança pela qual lutei


Em seu trabalho mais recente, a eclética faz um grandioso retorno à música pop e atende aos esperados desejos de seus fãs.


Ao abrir o coração sobre traumas e desafios enfrentados em sua vida e aliá-los a batidas fortes que reverenciam dos anos 80, o álbum é bastante pessoal e consegue agradar tanto aqueles que apenas procuram dançar quanto aqueles que querem saber ainda mais sobre a intérprete.


Com letras sombrias que entram em contraste com as produções alegres, a intenção da cantora é “dançar através da dor” e, ao fazer isso, ela consegue reviver elementos de eras passadas, uma mistura de Born This Way com ARTPOP.


O projeto sofreu com a limitações da pandemia e teve uma série de apresentações canceladas, como um show surpresa que aconteceria no Coachella do ano passado. Por outro lado, lhe proporcionou o Grammy de Melhor Performance em Dueto por Rain on Me, parceria com Ariana Grande, totalizando 12 estatuetas no decorrer de sua carreira.


Apesar de contar apenas com uma performance no Video Music Awards 2020, a era permanece viva no coração dos fãs que aguardam novidades, tais como os shows agendados para este ano nos Estados Unidos que, com a chegada da vacina, se tornam uma realidade cada vez mais próxima.


Ao longo dos seus quase 15 anos de carreira, Lady Gaga provou em todos os aspectos que é uma artista talentosa e é especial não somente por suas habilidades, mas também pela capacidade de inspirar gerações por onde quer que passe.


 
 
 

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