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O MANÍACO DA BICICLETA

  • iduniversitario
  • 2 de nov. de 2021
  • 5 min de leitura

Um dos maiores serial killers do Brasil, o caso do maníaco da bicicleta.


QUEM ERA LAERTE?












Laerte Patrocínio Orpinelli nasceu em 1952 na cidade de Araras, interior de São Paulo.

Era o sétimo filho de uma família de nove irmãos, possuía um comportamento agressivo com os irmãos, vizinhos e até com a própria mãe, que na tentativa de punir, amarrava ele ao pé da mesa, o que só aumentava mais a sua raiva.


Com o comportamento antissocial desde pequeno, Laerte saiu de casa bem cedo e desenvolveu alcoolismo patológico, sendo a causa principal das diversas internações dele em clínicas

psiquiátricas.


Laerte era andarilho, durante muito tempo viveu de cidade em cidade nas regiões nortes de São Paulo, onde fornecia serviços de aplicação de graxa em portas de bares ou estabelecimentos comerciais.


Sempre descuidado em relação a seu aspecto, sujo e desarrumado, sem despertar suspeitas, aqueles que o conheciam nem imaginavam o que escondia por trás de tudo, possuía um caderno onde anotava as datas e as cidades por onde passava, (alerta spoiler) o mesmo caderno foi utilizado pela polícia para determinar a compatibilidade dos momentos dos crimes com o maníaco.


COMO OCORRIA OS CRIMES?


Orpinelli utilizava uma bicicleta vermelha e quando chegava em uma cidade nova, logo procurava saber das condições, identificava um alvo com o tempo e até descobria se uma criança costumava brincar longe dos pais. Em alguns casos, se fazia amigo dos pais da possível vítima, e desse modo até ficava mais fácil convencer as crianças a segui-lo. Quando já longe da supervisão dos responsáveis, as crianças, por sua vez, presumindo ser Orpinelli um conhecido dos pais, não manifestavam muito receio ao aceitarem o convite. Ainda para convencê-los, Laerte oferecia-lhes uma bala ou algum doce de forma gentil. Com a promessa de oferecer muito mais doces que se encontravam guardados em sua casa, dava carona em sua bicicleta, e assim guiava os menores a lugares fechados ou até abrigos abandonados onde as violavam logo em seguida.


Uma vez tendo Laerte o domínio da criança, a morte era certa, para a vítima só restava o pânico seguido dos gritos de medo e terror. Orpinelli se transformava, possesso por raiva, atacava com brutalidade as vítimas, estuprou, torturou, e por fim as matava por agressões físicas ou estrangulamento. Também usava pedras, deixava os corpos expostos e outros enterrados parcialmente.

Chegou a afirmar que bebia sangue de algumas das vítimas já mortas e quando interrogado, também afirmou ser influenciado por um espírito maligno que o fazia a todo custo perseguir e matar crianças. Ao mesmo tempo, atribuía os delitos ao seu alcoolismo, alegando que quando “tomava algumas” e ficava fora de si.


SUAS VÍTIMAS:


As vítimas eram todas crianças de classe média baixa, ficavam na faixa de idade de 3 a 11 anos de ambos os sexos e as cidades por onde o maníaco passava e que aconteceram crimes também eram próximas umas das outras, ao certo, Orpinelli fez vítimas fatais em Rio Claro, Monte Alto, Pirassununga e Franca.


Algumas das vítimas



Osmarina Pereira Barbosa, Marina como era conhecida, tinha 10 anos quando desapareceu, abordada por Orpinelli, em 17 de janeiro de 1990, no bairro de Santa Maria, Rio Claro, estava junto a seu primo, José Fernando. Orpinelli a levou a um canavial, onde foi estuprada e espancada até a morte, sua ossada foi achada em setembro do mesmo ano. Orpinelli foi condenado a 15 anos de prisão em 2008 pelo assassinato.


José Fernando de Oliveira tinha 9 anos na época em que foi morto junto a sua prima Marina; Orpinelli conta que matou primeiramente Marina, e em seguida espancou José Fernando até a morte. Em interrogatório, Orpinelli afirmou que ele demorou mais para morrer que a prima. Orpinelli foi condenado a 15 anos de prisão em 2008 pelo assassinato de José Fernando.



No dia 28 de agosto de 1996, Aline Cristina dos Santos Siqueira desapareceu da cidade de Rio Claro, segundo relatos, vista pela última vez ao lado de um indivíduo montado numa bicicleta. Orpinelli confessou que raptou e matou a menina, embora o corpo dela nunca fora achado.


Em 26 de maio de 1998, Edson Silva de Carvalho, 11 anos, desapareceu da cidade de Monte Alto, interior paulista, tendo seu corpo achado numa casa abandonada já em avançado estado de decomposição. Foi a primeira vítima de Orpinelli fora de Rio Claro, que até o momento era a única cidade onde ele realizou os crimes. Segundo Orpinelli, na tentativa de violar sexualmente Edson, ele gritou em desespero, desencadeando a raiva do criminoso que, em fúria, bateu a cabeça da criança contra a parede, causando sua morte instantaneamente. Por esse crime, Laerte foi condenado em 2001, a 18 anos de prisão.


A vítima mais nova até o momento, Crislaine dos Santos Barbosa tinha 3 anos quando raptada em Pirassununga, cidade do interior de São Paulo. Além disso, o crime teve outro diferencial que foi o fato de o criminoso adentrar a casa da vítima para raptá-la (já que sempre abordava suas vítimas na rua). Em interrogatório, Orpinelli conta que na noite de 25 de abril de 1999, seguiu a mãe da menina até a casa dela e sem ser notado, esperou o momento oportuno, sabia que a mãe de Crislaine logo sairia de casa, a mãe da criança a deixara dormindo no sofá da sala e saiu deixando a porta encostada, quando retornou algum tempo depois a menina já havia sumido. Nos meses seguintes ao desaparecimento, foi encontrada uma ossada compatível com a criança em um canavial, nos fundos de um motel. Por esse crime confesso, Laerte foi condenado em 2001 a 16 anos de prisão pela justiça de Pirassununga.


Jéssica Alves Martins, na época com 9 anos, foi raptada por Orpinelli na cidade de Franca, interior de São Paulo, em 21 de novembro de 1999. Após praticar o estupro, Orpinelli estrangulou a criança, sendo o corpo da vítima achado dois dias depois. Julgado em 2001 por mais esse crime, Orpinelli foi condenado a 27 anos de prisão pela justiça de Franca.


INVESTIGAÇÃO


Foi necessário muito tempo para identificação do criminoso, uma vez que, os crimes relacionados a menores cresciam cada vez mais e não se sabia o motivo e principalmente o autor detrás de todas as mortes. Entretanto, em dezembro de 1998, em Rio Claro, a polícia recebeu uma denúncia acerca de um indivíduo que havia sido visto agarrando duas menores, após deterem o suspeito, ele foi liberado, abrindo-se apenas um boletim de ocorrência. Embora o caso parecesse encerrado ali, a delegada Sueli Isler, que atuava noutro departamento, se interessou pelo caso e, com base nas informações prestadas pelo suspeito no momento em que foi detido, foi ao local indicado na ficha como sua moradia e, a partir daí, teve acesso a informações importantes que tempos depois garantiram um ponto inicial na busca pelo homicida de crianças até então desconhecido.


Só em 1999, quando teve permissão para se dedicar ao caso (que era de competência de outro delegado especialista), a delegada Sueli começou a relatar as informações obtidas pelos familiares e divulgou um nome e retrato falado a outras delegacias regionais acerca do suspeito Laerte Patrocínio Orpinelli. Logo, jornais e outros meios de comunicação também transmitiam informações acerca do criminoso.


PRISÃO




Na noite de 10 de janeiro de 2000, Orpinelli estava na cidade de Itu, e procurou um lugar para passar a noite, escolhendo o Albergue Noturno de Itu, local onde se hospedam moradores de rua e indigentes; registrando sua estadia e ficando lá durante 3 noites, seguiu viagem ao município de Leme, onde foi preso num posto de gasolina numa operação realizada pela Polícia Militar. Orpinelli foi a júri em 2001, e em 2008 foi condenado a penas acumuladas nas cidades onde ocorreram os crimes.


MORTE


Em nota de 16 de janeiro de 2013, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo informou que, após transferência, Laerte foi encontrado morto pelos carcereiros da Penitenciária de Iaras. De acordo com a SAP, ele morreu de causas naturais, devido ao histórico de diabetes e hipertensão. a Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário, no entanto, decidiu apurar o caso.





 
 
 

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