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COMO A ELEIÇÃO DE BIDEN IMPACTA O BRASIL

  • Foto do escritor: Isabelle Oliveira
    Isabelle Oliveira
  • 17 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Imagem de domínio público.


Com a confirmação da eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos pela agência de notícias Associated Press e outras grandes mídias, muito tem se falado sobre as relações entre o Brasil e o país Norte Americano. Durante sua campanha, Biden se referiu ao Brasil ao falar sobre a Amazônia, o agora possível presidente dos Estados Unidos declarou: "(A comunidade internacional diria ao Brasil) aqui estão US$ 20 bilhões, pare de destruir a floresta. E se não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas".


Com a ameaça de sanção econômica o Presidente Jair Bolsonaro respondeu ao comentário declarando que o achou “lamentável”. Todo esse atrito gerado já durante o período de campanha política causou preocupações sobre as relações socioeconômicas entre os países, caso Biden fosse eleito, o que agora já é tido como certo por grandes veículos de imprensa, apesar da relutância de Trump em aceitar a derrota e suas tentativas de recontagem de votos.


A Amazônia tem sido tópico entre líderes internacionais desde o ano passado, gerando alguns atritos entre o Presidente brasileiro Jair Bolsonaro e outros chefes de estado, como por exemplo, o público atrito entre Bolsonaro e Emmanuel Macron, presidente da França. O Brasil já contou com ajuda externa através do Fundo Amazônia para combate ao desmatamento e preservação da floresta, mas em 2019 Noruega e Alemanha, maiores financiadores, anunciaram a suspensão de suas contribuições, por não concordarem com as políticas ambientais adotadas pelo governo.


Agora, com a praticamente certa vitória de Biden, parece que os Estados Unidos estariam prontos para adotar uma postura mais rígida sobre o assunto, com a política ambiental do presidente Norte americano. muito diferente de Trump, os Estados Unidos volta a se preocupar com questões ambientais em especial com o aquecimento Global, Biden deseja colocar os Estados Unidos de volta no acordo de Paris sobre combate às mudanças climáticas, e com isso parece querer adotar uma postura de mais ação, o que parece incluir a Amazônia.


Diante das declarações de Biden, Bolsonaro se mostrou firme dizendo que o interesse na Amazônia por países internacionais se trata de Cobiça e declarou: “O Brasil mudou. Hoje, seu Presidente, diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças". Em evento público realizado na Terça-Feira, 11, quatro dias após a confirmação da vitória de Biden pela imprensa norte-americana, o Presidente brasileiro fez comentários bastante polêmicos e ameaçadores sobre os possíveis interesses dos Estados Unidos nos recursos brasileiros.


"O Brasil é um país riquíssimo. Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, né, Ernesto [dirigindo-se a Ernesto Araújo, ministro das relações exteriores]? Porque quando acabar a saliva, tem que ter pólvora se não, não funciona. Precisa nem usar a pólvora, mas precisa saber que tem", disse Bolsonaro.


Durante o governo de Donald Trump, a relação entre os presidentes era amistosa, Bolsonaro sempre fez questão de mostrar publicamente sua devoção aos Estados Unidos e a seu presidente. O Presidente brasileiro dizia que ambos compartilhavam das mesmas ideologias e políticas, Trump não estava muito preocupado com questões climáticas e com a Amazônia, agora isso parece estar mudando e Bolsonaro adota uma postura diferente, não mais de devoção aos Estados Unidos, mas de soberania Brasileira.


Biden com suas ameaças de sanções econômicas parece na verdade mais ameaçador do que Bolsonaro e suas ameaças de usar “pólvora” contra o governo norte-americano, já que sanções econômicas representam grande impacto sobre o crescimento do Brasil. Mas Bolsonaro não parece preocupado em amenizar a situação, mas sim manter a postura diante de sua base eleitoral.


O que poderia ser feito contra o Brasil em questões econômicas ainda é incerto, se fala sobre a possibilidade de serem criados bloqueios sob o acordo de livre comércio assinado recentemente entre os dois países. Ainda que a relação entre Brasil e Estados Unidos possa se tornar mais pragmática e menos amistosa quanto era durante o governo Trump. Nestor Forster Júnior o encarregado de negócios da embaixada do Brasil em Washington, afirmou que: “ Antes dos resultados da eleição, os países devem manter uma boa relação”.


Em conversa com a BBC o professor de relações Internacionais, na Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel declarou: "Embora uma vitória de Biden vá levar a uma postura mais dura, é possível que ela nem seja tão dura quanto a europeia. já que a maior preocupação de Biden é a crescente influência da China no continente e não o ambiente e o governo Bolsonaro é visto como possível aliado para conter essa influência".


"No entanto, Bolsonaro e Trump com certeza vão manter contato, e ter um presidente brasileiro ativamente apoiando a oposição nos EUA pode complicar uma tentativa Biden de ter uma relação pragmática com Brasil". Declarou Stuenkel.


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